O primeiro passo para a realização do projeto telebiosfera implica na montagem de um terrário. Com isso em mente, iniciou-se uma etapa de pesquisa e levantamento de dados sobre a estrutura de terrários e seu funcionamento geral.
Um terrário botânico trata-se de um ambiente fechado para o cultivo de espécies de plantas. Por ser feito de material transparente, ele atua como uma pequena estufa que oferece ao vegetal condições semelhantes as de seu ambiente natural, estimulando seu desenvolvimento. Torna possível acompanhar de maneira muito clara a interação entre a planta e o seu habitat.
O espécime vegetal colabora para a criação, e manutenção, de um ambiente que sustente condições ideais de vida dentro do terrário. Na presença da luz o vegetal irá absorver os nutrientes do solo do terrário, assim como o gás carbônico presente no ambiente ao seu redor, e irá produzir glicose. Como elemento residual do processo a planta liberará no terrário gás oxigênio. Na ausência da luz o espécime se utilizará do oxigênio liberado, assim como da glicose armazenada, para suprir sua demanda energética e manter seus processos vitais. Durante toda a atividade da planta as alterações de temperatura causadas pela mesma estimulam o ciclo da água dentro do ambiente fechado. Daí conclui-se que o terrário é auto-sustentável, e possui características ambientais (como temperatura e umidade) próprias decorrentes dos espécimes que habitam em seu interior. Pode ser interpretado como um ambiente que ilustra, em escala reduzida, as interações entre os seres vivos e não vivos existentes no planeta, mostrando que há um ponto de equilíbrio perfeito entre ambos.
Por possuir umidade elevada o terrário estimula o desenvolvimento de plantas que possuem afinidade com tal condição. Heras e samambaias, por exemplo, são plantas suscetíveis a doenças em ambientes secos, mas prosperam dentro do terrário. É importante também entender a relação que as plantas estabelecem umas com as outras, antes de acomodá-las no mesmo ambiente fechado. O ideal é que elas possuam necessidades semelhantes de luz e água, e que seu índice de umidade seja parecido.
A construção de um terrário exige o emprego de materiais diversos, responsáveis por criar condições ideais para o espécime vegetal que será acomodado. Inicialmente é importante certificar-se que o recipiente que será usado está limpo, para evitar o surgimento e a proliferação de fungos. O material empregado para a estrutura é o vidro pelo fato de possuir as seguintes características: é de fácil limpeza, não se degrada facilmente e permite a passagem de luz. O primeiro material a ser acomodado dentro do recipiente é o carvão vegetal. O carvão é responsável por absorver matéria orgânica danosa e gases, mantendo o solo fresco e prevenindo o aparecimento de mofo e fungos. Em seguida coloca-se a mistura que irá compor o solo, esta depende do tipo de planta que será acomodada. No geral mistura-se terra, cascalho e carvão vegetal, os últimos para favorecerem a drenagem do solo. Se as plantas a serem acomodadas forem suculentas a mistura para o solo deverá ser diferente, contendo maior quantidade de areia. Depois de acomodado o solo, o terrário está pronto para receber as plantas. Quando finalizado ele não exige muitas irrigações, no geral uma vez por semana e em alguns casos uma vez ao mês.
O terrário que pretendemos desenvolver para o projeto Telebiosfera não será um ambiente totalmente fechado. Sabendo que o formato final pode ser adaptado, com a adição de lâmpadas de LED para regularem a iluminação, ou com equipamentos para controlarem humidade e irrigações, podemos partir para a etapa de construção. Inicialmente será adaptado dentro do laboratório um sistema automático de iluminação controlada para as plantas. O sistema contará com lâmpadas de LED na cor branca, e nos permitirá obter as primeiras informações sobre as reações dos espécimes aos estímulos luminosos. Com esses dados poderemos descobrir qual a quantidade de luz mais indicada para cada planta antes de acomodá-las no terrário, visando, portanto, o êxito do projeto.