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Apoio

Telebiosfera é um projeto de arte focado na construção de um ambiente híbrido (composto de elementos naturais e artificiais) no qual seja possível uma experiência imersiva, telemática, bio-comunicativa entre ecossistemas distintamente localizados. O projeto tem por objetivo a construção de dois pequenos domos que possibilitem ao visitante conectar, visualizar e interagir, dentro de cada ambiente (Telebiosfera), com seu par remoto. Cada Telebiosfera será capacitada para receber e transmitir dados e imagens do ecossistema em que a mesma esteja inserida em tempo real. Ao visitante será possível experienciar esses dados na forma de imagens e sons interativos, assim como através da reprodução por simulação do ambiente remoto (temperatura, luz, umidade, etc.). A principal interface de interação entre os micro ambientes recriados na Telebiosfera será um sistema híbrido composto de uma planta e organismo artificial para leitura de respostas galvânicas vegetais.

Telebiosfera – Sistema
Breve histórico

No ano de 2011, o núcleo laboratorial NANO – Núcleo de Arte e Novos Organismos – PPGAV/EBA/UFRJ, coordenado pelos Professores Carlos Nóbrega e Malu Fragoso, foi contemplado em dois projetos  de pesquisa e desenvolvimento de interface realizados em colaboração com universidades no Brasil e no exterior. Os projetos “Laboratorium Mapa D2”, idealizado e coordenado pela Profa. Dra. Ivani Santana, da Universidade Federal da Bahia e o projeto “Ecotelemedia”, idealizado pelo Dr. Kjell Yngve Petersen da IT University of Copenhagen, Dinamarca, tiveram em comum o foco na articulação de processos colaborativos com base em redes telemáticas para pesquisa de performances assistidas pelas tecnologias da informação e comunicação. Ambos os projetos envolveram a criação de interfaces robóticas para investigação na dança e performance telemáticas, sendo que em Ecotelemedia interfaces híbridas entre plantas e sistemas artificiais foram implementadas. No ano de 2013 daremos prosseguimento com os experimentos nesse campo de investigação necessitando portanto de equipe dedicada as atividades de pesquisa, implementação, desenvolvimento e documentação.

Justificativa

Os caminhos abertos pela arte telemática (Ascott, 1966,1967) tem apontado para a necessidade de investigações prático-teóricas no uso das redes como fomentadoras de um espaço transdisciplinar e híbrido em sua natureza. O núcleo laboratorial NANO parte dessa premissa e investe na construção de sistemas que exploram os limites das redes de informação para criar ambientes (sistemas) interconectados em que uma ecologia de natureza orgânica e artificial possa emergir. O projeto “Telebiosfera” aposta nesse processo de invenção cuja poética resulta da delicada simbiose entre plantas e máquinas. Os sistemas criados a partir dessa visão são plataformas que alimentam novos campos de conhecimento ao mesmo tempo que trazem visibilidade às poéticas e estratégias criativas de novos processos de invenção. Essa é a razão maior desse investimento intelectual e prático.

Metodologia

A pesquisa aqui proposta utiliza metodologia de cunho prático-teórico voltada para a análise de discurso,  prática em laboratório focado na experimentação, captação e análise de dados. Trata-se sobretudo de pesquisa empírica com base em investigação em primeira pessoa, focada nos fenômenos naturais e síntese orgânica, em busca de novos modelos  para criação artística. Contará com seminários, encontros transdisciplinares (eventos criados pelo NANO: Diálogos Transdsiciplinares e SET) para disseminação de idéias e discussões. Workshops serão utilizados como forma de transmissão e aquisição de novos conhecimentos.

Desenvolvimento

Telebiosfera é um projeto de arte focado na construção de um ambiente híbrido (composto de elementos naturais e artificiais) no qual seja possível uma experiência telemática, bio-comunicativa entre ecossistemas distintamente localizados. O projeto tem por objetivo a construção de dois pequenos terrários telematicamete conectados. Cada terrário, que denominaremos daqui em diante de Telebiosfera será capacitada para receber e transmitir dados e imagens do seu micro ecossistema em tempo real dialogando assim com seu par remoto. Ao visitante será possível experienciar esses dados na forma de imagens e sons interativos, assim como através da reprodução por simulação do ambiente criado na Telebiosfera remota (temperatura, luz, umidade, etc.). A principal interface de interação entre as duas Telebiosferas será um sistema híbrido composto de uma planta e um organismo artificial para leitura de respostas galvânicas vegetais.

Telebiosfera reúne o conhecimento adquirido nos últimos trabalhos desenvolvidos pelo artista pesquisador, focados em robóbica, visão artificial, hibridação e telemática, para compor um sistema cujo maior objetivo é permitir ao observador, como um dos agentes do sistema, uma experiência, sensorial, com base na comunicação entre duas biosferas remotas. Através da mediação de câmeras, micro projetores, interface híbrida de interação e a transferência de dados climáticos de um local remoto à outro, Telebiosfera busca criar um microambiente telemático através do qual seja possível ao visitante a experiência de uma natureza aumentada, gerada com base na hibridação entre organismos naturais e artificiais.

Telebiosfera trata-se de uma trabalho de arte que dialoga diretamente com a noção de presença, natureza, conectividade, hibridação, experiência, conhecimento, entre outros conceitos pertinentes aos discursos contemporâneos. Idéias que desejamos tornar visiíveis através desses experimentos.

O Sistema

O sistema consiste de dois terrários equipados com dispositivo de climatização customizado, interface de interação orgânica com base em resposta galvânica vegetais, sensores de temperatura, umidade e emissão gasosa, sistema de projeção, áudio e captura de imagem.

O Climatizador

O climatizador é um dispositivo a ser desenvolvido com três recursos básicos, podendo ser acrescido outros durante o projeto. São eles: aquecedor controlado com base em lâmpadas infra vermelhas, umidificador de ar, refrigerador de ar customizado com base em cerâmica peltier. Cada um desses dispositivos estará conectado telematicamente a sensores localizados no ambiente onde se encontrará a Telebiosfera remota. Com base nos dados recebidos via rede o climatizador simulará as condições do ecossistema remoto de acordo com as variáveis recebidas dos sensores. O climatizador estará sujeito também às interações do visitante na Telebiosfera remota, de forma que alterações climáticas poderão ser percebidas em uma Telebiosfera quando um visitante interagir no ambiente da outra.

Áudio e Vídeo

O sistema de áudio utilizará um path em PD com base em osciladores de baixa freqüência. Esta programação em PD conecta-se e responde diretamente ao arduino via OSC. Isso permitirá que os dados produzidos em resultado da interação do visitante em um dos domos sejam recebidos no outro e vice-versa. Dessa maneira, ao se interagir com a interface orgânica (planta+medidor de resposta galvânica) em um dos terrários, o terrário remoto receberá os dados via rede e sonificará o seu ambiente.

A outra forma de interação com a Telebiosfera é através de imagens. Micro câmera e projetores localizados na Telebiosfera permitirão ao visitante a visualização do módulo remoto através de streaming de vídeo. Dados relativos a interação com as plantas no interior da Telebiosfera serão enviados a uma interface em PD para transformações nas imagens produzidas. Tais transformações afetarão diretamente e localmente a percepção dessas imagens criando uma experiência alterada sobre o ecossistema remoto.

Plano de atividades

Geral

1. Participação nas demais atividades de pesquisa e extensão do grupo NANO. Núcleo de Arte e Novos Organismos (CNPq) ao qual o projeto “Telebiosfera. Experimento entre arte, natureza e telemática” está vinculado.

2. Pesquisa bibliográfica no campo das artes telemáticas com ênfase em hibridações entre sistemas naturais artificiais.

3. Estudo das plataformas de desenvolvimento de interfaces interativas: Arduino, Processing, PureData e sua aplicação prática nas pesquisas desse projeto.

4. Participações em mostras internacionais e nacionais com apresentação dos trabalhos desenvolvidos

5. Participação na JORNADAS de IC em 2014/15/16.

Específico:

• Pesquisa e cultivo de três espécies específicas de plantas: Dionaea muscipula, Mimosa pudica (conhecida popularmente como dormideira) e Jibóia (Epipremnum pinnaum).

• Construção e manutenção de pequeno “terrário” para os experimentos controlados em laboratório.

• Pesquisa de sensores, montagem dos sistemas eletrônicos e programação das interfaces e testes no servidor

• Documentação imagética e textual do desenvolvimento de pesquisa no blog

• Produção de relatórios e testos relativos à pesquisa

• Apresentação dos trabalhos na JIC 2014/15/16;

• Participação em workshops relacionados às atividades de pesquisa.

•Participação na organização e oficinas do evento Hipeorgânicos 2014.

Bibliografia

ASCOTT, R. Behaviourist Art And Cybernetic Vision. in Roy Ascott. Telematic embrace: visionary theories of art, technology, and consciousness. Cybernetica: Journal of the International Association for Cybernetics, v.9; 10, n.4; 1. 1966; 1967.

______. Towards a Field Theory for Post-Modernist Art Leonardo, v.13, n.1, p.51-52. 1980.

CANGUILHEM, G. Machine and Organism. In: J. Crary e S. Kwinter (Ed.). Incorporations. New York: M.I.T.Press, 1992.

FLUSSER, V. Towards a Philosophy of Photography.  Germany: European Photography. 1984

______. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia.  Rio de Janeiro: Relume Dumará. 2002

HO, M. W. The rainbow and the worm: the physics of organisms.  Singapore; River Edge, NJ: World Scientific. 1993

MATURANA, H. R. e F. J. VARELA. Autopoiesis and cognition: the realization of the living. Springer, 1980. 1980

NÓBREGA, C. Art and Technology: coherence, connectedness, and the integrative field. 2009. 297f. Planetary Collegium – School of Art and Media, University of Plymouth, Plymouth.

POPP, F. A. On the  coherence  of  ultraweak photonemission from living systems. In: C. W. Kilmister (Ed.). Disequilibrium and Self-Organization. Dordrecht: D. Reidel Publishing Co. pp. 207-230, 1986.

SIMONDON, G. On the Mode of Existence of Technical Objects.  English translation of “Du mode d’existence des objets techniques”. London: University of Western Ontario. 1980

______. Du mode d’existence des objets techniques.  Paris: Aubier: Editions Montaigne. 1989