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Oficinas de Extensão: Fabulações Distópicas e Laboratório das Linhas

Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera
Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera. Foto: Giovanna M.

No sábado, dia 26 de abril de 2025, entre 10h às 16h, o Epicentro – Núcleo de Comunicação Visual e Mídia do CLA, em colaboração com o Laboratório NANO realizou duas oficinas de extensão, com suas respectivas coordenadoras: “Fabulações Distópicas: Máscaras para outras realidades em mundos insustentáveis” com a Profª Cila MacDowell, e “Laboratório das Linhas”, com a artista Javiera Asenjo Muñoz. As oficinas aconteceram no contexto de um programa cultural múltiplo: na 3ª edição do evento “Um Dia Bem Geek” e na Feira de Itaipu de Economia Solidária, localizada na Praça das Amendoeiras, no município de Niterói. 

Oficina de "Máscaras Distópicas", pela professora Cila MacDowell
Oficina de "Máscaras Distópicas", pela professora Cila MacDowell. Foto: Giovanna M.

Produção

Na pré-produção, um material de divulgação das oficinas para instagram foram elaborados, bem como texto para a publicação na mídia social. No dia do evento a equipe colaborou para a montagem e organização do local da ativação das oficinas, assim como ao final na desmontagem. Além disso, foram realizados diversos registros em fotos e vídeos do evento, os quais parte deles foram divulgados na página oficial do Laboratório NANO.

Oficina "Fabulações Distópicas: Máscaras para outras Realidades em Mundos Insustentáveis"

Coordenada por Cila MacDowell, professora, pesquisadora e artista multimídia, o principal objetivo da extensão foi a criação das máscaras desenhadas pelos participantes, que ganharam vida através da aplicação da realidade aumentada com recurso de programação criativa. Segundo a monitora Michelle Cristine, essa interação proporciona a exploração da arte digital levando-a para o público, através de uma criação coletiva e participativa de máscaras distópicas, envolvendo crianças e adultos da comunidade local em práticas tecnológico-criativas. Assim,  descreveu sua memória afetiva da oficina:

“Uma memória marcante do evento aconteceu quando a primeira máscara desenhada por uma das crianças começou a funcionar na TV, foi uma experiência única ver a felicidade, curiosidade e interesse que fomos capazes de proporcionar. Esse momento foi um exemplo vívido de como a arte, aliada à inovação tecnológica, pode provocar uma forte conexão emocional com os participantes”.

Crianças explorando suas máscaras.
Crianças explorando suas máscaras. Foto: Giovanna M.

Na oficina, na etapa de desenhar máscaras, se mostrou uma atividade muito afetiva e inventiva para o público em geral, principalmente as crianças que participaram ativamente. Aliada ao acesso à tecnologia, percebemos a importância de criar essa ponte com a comunidade, sobretudo, é destacar o desafio que é a aplicação das oficinas em espaços públicos e itinerantes, principalmente na adequação aos dispositivos tecnológicos. Ainda assim, a monitora Soso Reis descreveu:

“Foi extremamente enriquecedor acompanhar o envolvimento da comunidade e observar o impacto da atividade, especialmente ao ver as crianças se reconhecerem em suas próprias máscaras digitais. A interação entre arte e tecnologia proporcionou momentos de grande interesse e participação ativa”.


Oficina "Laboratório das Linhas"

Oficinas de extensão
Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera. Foto: Giovanna M.

Coordenada pela mestranda da linha Poéticas Interdisciplinares do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, PPGAV, Javiera Asenjo Muñoz, artista visual, tecelã e educadora, convidou o público a aprender a técnica de fia o fio de algodão, um material orgânico de qualidade para além de uso prático. 

Após o ambiente ser organizado, convidamos pessoas a participar também da oficina, e à medida que as pessoas foram chegando, percebemos o interesse e a curiosidade pelos materiais nas mesas, pelas ferramentas e a origem da técnica. Tecidos coletados de diversas regiões que a artista, segundo ela são tecidos do povo Kallawaya (Bolívia), da região de Chiapas (México) com o  povo Shipibo (Peru). Desse modo, agradáveis trocas de experiências e aprendizado se construíram. 

Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera
Preparo do algodão para fiação. Foto: Giovanna M.
Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera.
Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera. Fotos: Giovanna M.

Além da comunidade, a equipe da extensão se envolveu ativamente, e ao final, quase todos participaram e aprenderam, ainda que inicialmente, a técnica de afiar levando ao um estado de tranquilidade e diálogos interessantes. E essa desaceleração se mostrou significativa, principalmente em tempos de excesso e aceleração, o conhecimento compartilhado por Javiera, permitiu diversos atravessamentos por meio dos saberes da fiação e resgates fundamentais de cosmovisões.

Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera.
Oficina "Laboratório das Linhas", pela artista Javiera. Fotos: Giovanna M.


Insights

Coletor de Desejos", trabalho das artistas Pat Freire e Maysa Brito.
“Coletor de Desejos”, elaborado pelas artistas Pat Freire e Maysa Brito.

A consonância entre as oficinas, o evento Bem Geek e a feira, constituíram uma experiência muito significativa, em que o evento demonstrou uma ótima experiência colaborativa e coletiva, de grande diversidade cultural. A monitora Michelle Cristine complementa essa perspectiva: 

A ação na Feira Sustentável demonstrou como projetos de extensão podem transformar o conhecimento acadêmico em experiências significativas para a comunidade, fortalecendo o vínculo entre universidade e sociedade por meio da arte, da inovação e da educação”.

Trabalhos significativos foram expostos entre eles o “Coletor de Desejos”, elaborado pelas artistas Pat Freire e Maysa Brito. Uma estrutura estendida nas árvores, em que seus fios pendiam e desenhavam no solo delicadamente, integrando os espaços compartilhados com as amendoeiras, o que proporcionou uma força e delicadeza ativa no espaço da feira. Compartilhamos aqui as palavras das autoras:

Coletor de Desejos” é uma intervenção de artes visuais pensada para espaços públicos, construída com linhas de algodão que se entrelaçam como fios de conexão entre o visível e o invisível. A obra cria uma rede sensível e acolhedora, suspensa entre o gesto e o silêncio que convida o público a pausar, tocar, e deixar ali um traço de si — um desejo amarrado em fitas coloridas, como pequenos sopros de intenção em cada nó, transformando o tecido urbano em um lugar de escuta, de memória e de afeto compartilhado”.

"Coletor de Desejos", trabalho colaborativo das artistas Pat Freire e Maysa Brito.

Foi fundamental o envolvimento e engajamento da equipe de extensão junto aos coordenadores, que colaboraram para uma ativação afetiva do ambiente da feira. “Nossa participação no evento foi de forma a garantir que as oficinas fossem bem colocadas e que houvesse uma participação e integração do público participante com nossas atividades”, afirmou o monitor Jackson Cardoso. Ao compartilhar o conhecimento provindo da universidade, reverberou junto ao público e ressoou diálogos transversais, os quais são essenciais e urgentes para a atualidade. 

 
Coordenação Geral: 
Carlos A. M. da Nóbrega

Coordenadoras das Oficinas:
Cila MacDowell
Javiera Asenjo Muñoz

Monitoria das Oficinas de Extensão: 
Crisia, Giovanna Bretas, Jackson Cardoso, Luiza Serrano, Michele Cristine, Soso Reis.

FotografiaGiovanna Bretas
Texto: Crisia, Jackson Cardoso, Michele Cristine, Soso Reis.
Texto final: Crisia 


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