Char Davies, artista canadense, nascida em 1954 (71 anos), surge como referência a pesquisa sobre como compartilhar uma experiência em ambiente virtual. Interessa principalmente a maneira como simulou o ato de mergulho e através de uso de aparelhos tecnológicos e uma equipe, propôs criar aproximações entre o real e o virtual em seu tempo.
Davies foi pioneira em explorar a realidade virtual como expressão artística e modos de imersão do sujeito no ambiente virtual, por meio sistema de VR. E por volta da década de 90, iniciou experimentações em que seu principal objetivo era proporcionar uma experiência de presença do corpo e pôr em discussão certas definições da arte, mas também existenciais, a partir de questões perceptivas de natureza e o “ser”. Na época, a artista, com experiência na pintura, buscou maneiras evocativas da arte para repensar noções cartesianas do espaço e do realismo ilustrativo.
Desse modo, temos sua principal obra “Osmose”, que é um espaço virtual imersivo que pode permitir ao “imersor” (como a artista denominou a pessoa participante) uma certa dissolução entre fronteiras. Assim como Oliver Grau destacou, que o espaço virtual “quando despojado de suas convenções, pode fornecer um contexto espaço-temporal […] onde as fronteiras entre interior/exterior e mente/corpo se dissolvem” (p. 7, 2003).
A artista, em seu experimento artístico, desenvolveu os primeiros entrelaçamentos entre corpo físico com o espaço virtual que buscava promover novas relações multissensoriais entre códigos.
GRAU, Oliver. Virtual art: From Illusion to Immersion. Trad. Gloria Custance. Cambridge: The MIT Press, 2003.
RODRIGUES, G. P., & Porto, C. de M. (2013). Realidade Virtual: conceitos, evolução, dispositivos e aplicações. Interfaces Científicas – Educação, 1(3), 97–109. https://doi.org/10.17564/2316-3828.2013v1n3p97-109
Char Davies. Immersence: Installation of Osmose, 1995. Disponível em: <https://www.immersence.com/osmose/> Acesso em: junho, 2025.